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sábado, 10 de dezembro de 2016

POLÍTICA : OPERAÇÃO LAVA JATO

Delator diz que Temer pediu R$ 10 milhões à Odebrecht em 2014 no Jaburu


Ex-vice de Relações Institucionais da empreiteira afirmou que Temer, à época vice-presidente, pediu repasse 'direta e pessoalmente' a Marcelo Odebrecht. Presidência disse repudiar delação.

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O Executivo Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, relatou ao Ministério Público Federal (MPF) que o presidente Michel Temer pediu, em 2014, R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht.
Melo Filho é um dos 77 executivos da empreiteira que assinaram acordo de delação premiada com o MPF. A informação de que Temer solicitou dinheiro à Odebrecht está em material entregue pelo executivo nos termos de confidencialidade – espécie de pré-delação que antecede a assinatura do acordo (saiba quais são as etapas dos acordos de delação da Odebrecht).
Em nota, o Palácio do Planalto informou que o presidente Michel Temer "repudia com veemência" o conteúdo da delação de Melo Filho. "O presidente Michel Temer repudia com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo Filho. As doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE. Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente.", diz o texto da nota.
Na fase de pré-delação, quem deseja firmar acordo de delação antecipa informações e documentos como forma de garantir que tem fatos que podem colaborar com as investigações. O G1 e a TV Globo tiveram acesso ao material.
Nos documentos, Melo Filho afirma que Temer é, historicamente, o líder de um núcleo político do PMDB na Câmara dos Deputados.
Segundo o executivo, é "capitaneado" por Temer, pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e pelo atual secretário do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI) do governo federal, Moreira Franco.
Pedido de R$ 10 milhões

O delator afirma nos termos de confidencialidade que em maio de 2014, quando Temer ocupava a Vice-Presidência da República, compareceu a um jantar no Palácio do Jaburu (residência oficial da Vice-Presidência, em Brasília), que contou com a participação do atual presidente, do dono da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e de Eliseu Padilha.
Na reunião, afirma Melo Filho, Michel Temer solicitou "direta e pessoalmente" a Marcelo Odebrecht apoio financeiro para as campanhas do PMDB em 2014.
"No jantar, acredito que considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o vice-presidente da República como presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10 milhões. Claramente, o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião", diz o executivo.
O executivo afirma ainda que as doações, que eram feitas periodicamente a diversos políticos, tinham como objetivo a atuação destes na aprovação de medidas de interesse da Odebrecht. Seria, segundo ele, uma "espécie de contrapartida institucional esperada entre público e privado".
"Do total de R$ 10 milhões prometido por Marcelo Odebrecht em atendimento ao pedido de Michel Temer, Eliseu Padilha ficou responsável por receber e alocar R$ 4 milhões. Compreendi que os outros R$ 6 milhões, por decisão de Marcelo Odebrecht, seriam alocados para o Sr. Paulo Skaf", diz o delator. Skaf é presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e foi o candidato do PMDB ao governo de São Paulo em 2014.
A assessoria de Skaf divulgou nota na qual ele nega irregularidades: "O presidente da FIESP, Paulo Skaf, nunca pediu e nunca autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas em suas prestações de contas. Todas as contas de campanha de Paulo Skaf foram aprovadas pela justiça eleitoral".
Nos termos de confidencialidade, Cláudio Melo Filho afirma ainda que do valor repassado a Padilha, cerca de R$ 1 milhão tinha como destinatário final o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba.
Em nota, Eliseu Padilha disse que a acusação "é mentira. "Não fui candidato em 2014! Nunca tratei de arrecadação para deputados ou para quem quer que seja. A acusação é uma mentira! Tenho certeza que no final isto restará comprovado", diz o texto da nota.
Geddel Vieira Lima, que até há pouco tempo ocupava o cargo de ministro da Secretaria de Governo, também foi citado. Claudio diz que “Geddel recebia pagamentos qualificados em períodos eleitorais e em períodos não eleitorais, e fazia isso oferecendo contrapartidas claras, conforme ficará claro no ponto do relato que trata das exigências feitas por Geddel para destravar pagamentos retidos no âmbito do Ministério da Integração Nacional”.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima disse à noite que "estranhou a citação de seu nome" e afirmou que doações recebidas foram declaradas à Justiça Eleitoral.
Relógios de US$ 20 mil
Em outro trecho do depoimento, Melo Filho fala do ex-governador da Bahia e ex-ministro do governo Dilma Rousseff, Jacques Wagner. Ele afirma que em 2006, “Wagner se reuniu com Marcelo Odebrecht num restaurante de Brasília e pediu ajuda financeira para a campanha ao governo da Bahia e que Marcelo concordou, embora tenha demonstrado incômodo por não acreditar no sucesso da candidatura. Foram pagos R$ 3 milhões de forma oficial e via caixa 2”. Melo Filho se surpreendeu com o sucesso da candidatura.
Melo Filho também afirmou que quando Jacques Wagner assumiu o governo, encaminhou assuntos de interesse da empreiteira no Polo Petroquímico de Camaçari, que Wagner ajudou a destravar.
Ainda segundo Melo Filho, o esquema se repetiu na campanha seguinte, mas, pelo bom desempenho, Jacques Wagner pediu mais dinheiro: levou R$ 7,5 milhões, em 10 parcelas, pagas entre agosto de 2010 e março de 2011. O esquema voltou a se repetir em 2014, desta vez na campanha de Rui Costa (PT) para o governo da Bahia, apoiado por Jaques Wagner. Ele disse que não participou desses pagamentos, mas acredita que foram repassados R$ 10 milhões.
A empreiteira também deu presentes caros nos aniversários de Jacques Wagner. Em 2012, por exemplo, Jacques Wagner ganhou um relógio de US$ 20 mil. No acordo de delação, há fotos dos relógios.
O ex-ministro de Dilma não foi localizado para responder sobre as afirmações de Melo Filho.
O nome do deputado Rodrigo Maia (DEM) também foi citado pelo ex-diretor da Odebrecht. Segundo ele, foi pedido ao deputado, atual presidente da Câmara, que acompanhasse a tramitação de uma Medida Provisória (MP) que interessava à empreiteira.
Ele contou que Maia aproveitou a oportunidade e alegou que ainda tinha dívidas da campanha a prefeito do Rio de Janeiro, em 2012, e contribuiu com cerca de R$ 100 mil, valor pago em outubro de 2013. Ele disse ainda que considerava Maia um interlocutor da empresa dentro da Câmara.
Melo Filho afirmou também que Rodrigo Maia recebeu pagamento de R$ 500 mil em 2010.
O presidente da Câmara não deu retorno para comentar as declarações de Melo Filho.
Sobre o deputado federal Marco Maia (PT), ele disse que conheceu o petista em 2011, quando o parlamentar era presidente da Câmara. Em 2014, o deputado pediu recursos para a campanha dele. Ele disse que no sistema da empreiteira constam dois pagamentos, no total de 1,350 milhão. O codinome de Marco Maia era “Gremista”.
G1 e TV Globo não conseguiram contato com o deputado Marco Maia.
Melo Filho também citou o nome do senador José Agripino Maia (DEM). Disse que em 2014 falou ao senador que a empreiteira faria pagamento de R$ 1 milhão. Ele lembrou que Agripino não era candidato nas eleições, mas Marcelo Odebrecht contou a ele que o valor tinha sido solicitado pelo senador Aécio Neves (PSDB) como forma de apoio ao DEM. Agripino tinha o codinome “Gripado”.
Agripino respondeu que não foi candidato em 2014 e que desconhece os fatos citados.
PMDB na Câmara
Nos documentos, Melo Filho descreve, sob sua ótica, a atuação de Temer, Padilha e Moreira Franco no que ele chama de núcleo político do PMDB na Câmara.
Ele afirma que Temer atua de forma "muito mais indireta", e que, normalmente, não é ele o responsável por pedir ajuda financeira às empresas para o PMDB, "embora isso tenha ocorrido de maneira relevante no ano de 2014", quando ele pediu R$ 10 milhões à Odebrecht.
O delator explica ainda que o responsável por falar com agentes privados e "centralizar" as arrecadações financeiras ao PMDB é Eliseu Padilha.
"Ele atua como verdadeiro preposto de Michel Temer e deixa claro que muitas vezes fala em seu nome. Eliseu Padilha concentra as arrecadações financeiras desse núcleo político do PMDB para posteriores repasses internos", diz o delator.
"Tanto Moreira Franco como Eliseu Padilha, contudo, valem-se enormemente da relação de representação/preposição que possuem de Michel Temer, o que confere peso aos pedidos formulados por eles, pois se sabe que o pleito solicitado em contrapartida será atendido também por Michel Temer", continua.
Moreira Franco afirmou que o teor dos documentos é "mentira". "Reitero que jamais falei de política ou de recursos para o PMDB com o senhor Claudio Melo Filho", diz o secretário.
PMDB no Senado.

Resultado de imagem para Delator diz que Temer pediu R$ 10 milhões à Odebrecht em 2014 no JaburuAssim como na Câmara, Melo Filho afirma que há um núcleo de atuação do PMDB no Senado. O grupo é formado, segundo o executivo, pelo líder do governo no Congresso, Romero Jucá (RR), pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).
Esse grupo, segundo o executivo, é "bastante coeso" e possui "enorme poder de influência sobre outros parlamentares, tanto do partido como de outras legendas".
Ele relata que os três peemedebistas têm "grande poder de barganha", pois possuem a capacidade de "praticamente ditar os rumos que algumas matérias serão conduzidas dentro do Senado Federal".
O delator afirma que, desde que assumiu o comando das Relações Institucionais da Odebrecht, procurou focar sua atuação no Senado, já que lá, segundo ele, havia menos agentes e interesses do que na Câmara.
Ele diz ainda que "todos os assuntos" que tratou no Congresso se iniciaram por meio de contatos com Romero Jucá. O delator afirma que, desde 2004, participou de pagamentos a Jucá "que hoje superam R$ 22 milhões".
"Normalmente, me dirigia a ele, que me orientava sobre quais passos adotar e quais parlamentares seriam acionados. Romero Jucá agia em nome próprio e do grupo político que representava, formado por Renan Calheiros, Eunício Oliveira e membros do PMDB. Jucá era o líder do governo no Senado e, embora não falasse pelo governo, falava com o governo. Os assuntos que começavam com ele avançavam ou se encerravam diretamente com ele", afirma o delator.
Segundo Melo Filho, Jucá, por sua "capacidade de interlocução política", era o "homem de frente”, responsável por tratar com agentes particulares os temas de interesse tanto das empresas quanto do PMDB.
"Exatamente por essa posição destacada, o senador Romero Jucá, no meu entendimento, é o principal responsável pela arrecadação de recursos financeiros dentro do grupo do PMDB no Senado", relata o executivo.
"A minha experiência deixou claro que o Senador Romero Jucá centralizava o recebimento de pagamentos e distribuía os valores internamente no grupo do PMDB do Senado Federal, especificamente, no que posso atestar com total segurança, no que diz respeito aos Senadores Renan Calheiros e Eunício Oliveira", complementa.
Da mesma forma que na Câmara, o executivo diz que, ao falar com um dos integrantes do núcleo político, ele entendia que estava falando com todos.
Melo Filho diz ainda que Jucá "centralizou" os valores pagos pela Odebrecht ao PMDB no Senado, e que depois o peemedebista redistribuia os valores ao seu grupo no partido.
Versões dos senadores
O senador Romero Jucá afirmou, via assessoria, que desconhece a delação de Claudio Melo Filho mas nega que recebesse recursos para o PMDB. O senador disse ainda que está à disposição da Justiça para prestar quaisquer esclarecimentos. A asessoria dele divulgou a seguinte nota:
"O senador Romero Jucá desconhece a delação do senhor Claudio Melo Filho mas nega que recebesse recursos para o PMDB. O senador também esclarece que todos os recursos da empresa ao partido foram legais e que ele, na condição de líder do governo, sempre tratou com várias empresas mas em relação à articulação de projetos que tramitavam no Senado. O senador reitera que está à disposição da justiça para prestar quaisquer esclarecimentos."
Por meio da assessoria de imprensa, Renan Calheiros afirmou que "jamais credenciou, autorizou ou consentiu que terceiros falassem em seu nome em qualquer circunstância. Reitera ainda que é chance de se encontrar irregularidades em suas contas pessoais ou eleitorais e zero. O senador ressalta ainda que suas contas já são investigadas há 9 anos. Em quase uma decada não se produziu uma prova contra o senador".
Em nota, Eunício Oliveira disse que todos os recursos de campanha foram recebidos e declarados de acordo com a lei e aprovados pela Justiça Eleitoral. Ele afirmou ainda que nunca autorizou ninguém a negociar em seu nome recursos para favorecer empresas públicas ou privadas.



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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

CIÊNCIA E SAÚDE : John Glenn, astronauta americano, morre aos 95 anos

Ele foi o primeiro dos Estados Unidos a viajar pela órbita da Terra; Glenn também foi senador pelo partido democrata em 1974 e 1999.


John Glenn em foto de arquivo da Nasa, quando voltou a botar um traje espacial (Foto: Nasa)
John Glenn em foto de arquivo da Nasa, quando voltou a botar um traje espacial (Foto: Nasa)

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O austronauta John Glenn morreu nesta quinta-feira (8), aos 95 anos, nos Estados Unidos. Ele foi o primeiro norte-americano a viajar na órbita da Terra, a bordo da cápsula "Friendship 7", em 1962.
Ele estava hospitalizado há pouco mais de uma semana. De acordo com a emissora americana CNN, não foi divulgada a causa de sua internação.
O governador do estado de Ohio, John Kasich, confirmou a morte do astronauta pelas redes sociais às 12h24 (18h24, horário de Brasília). "John Glenn é, e sempre será, o último herói de Ohio, e sua passagem hoje é um momento de sofrimento para todos", disse.
Glenn também serviu durante a Segunda Guerra Mundial e voou em 59 missões de combate. Na Guerra da Coreia, também participou de 27 missões. Após o final do conflito, virou instutor de voo no Texas.
Depois disso, em 1959, foi selecionado pela Nasa para o Programa Mercury, o primeiro projeto tripulado da agência espacial. Ele se aposentou do trabalho em 1964, dois anos após a viagem com a "Friendship 7". Em 1998, voltou à viajar na órbita da Terra pela missão STS-95 Discovery, que durou 9 dias.
Em 1984, ainda tentou concorrer à presidência dos Estados Unidos pelo partido democrata. Ele já havia sido senador de Ohio em 1974 e 1999.
John Glenn em frente à cápsula 'Friendship 7' (Foto: Nasa)
John Glenn em frente à cápsula 'Friendship 7' (Foto: Nasa)


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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Política : Marco Aurélio cobra que Câmara instale comissão do impeachment de Temer

Ministro do STF reclamou de demora no cumprimento de decisão liminar que obriga a casa legislativa a instale colegiado para analisar pedido de afastamento do presidente apresentado por um advogado.

O ministro do STF Marco Aurélio Mello em sessão no plenário do tribunal (Foto: Reprodução Globo News)
O ministro do STF Marco Aurélio em sessão no plenário do tribunal (Foto: Reprodução Globo News)

O Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), cobrou a Câmara dos Deputados sobre a demora da casa legislativa para instalar uma comissão para analisar pedido de impeachment do presidente Michel Temer apresentado em por um advogado em dezembro do ano passado.
Em abril, o magistrado concedeu uma liminar (decisão provisória) ao advogado Mariel Márley Marra, de Minas Gerais, autor do pedido de afastamento do peemedebista, determinando que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instalasse uma comissão especial na Casa para analisar o caso, nos moldes do que ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff.
Marra recorreu ao STF porque Cunha havia rejeitado abrir processo de impedimento contra Temer com a justificativa de que não havia indício de crime por parte do peemedebista.
A Câmara, no entanto, ignorou a ordem judicial de Marco Aurélio Mello e nunca instalou a comissão. No mês passado, o advogado mineiro enviou um documento ao STF questionando o fato de a decisão do magistrado não ter sido cumprida pela direção da Câmara.
Marco Aurélio determinou terça-feira (6) que a mesa diretora da Câmara informe por que não cumpriu o prazo de 48 horas previsto no regimento interno para a indicação dos integrantes da comissão especial após a instalação do colegiado.
"O impetrante [Mariel Márley Marra], na petição/STF nº 68.047/2016, sustenta o não cumprimento da medida liminar implementada. Diga o impetrado [Mesa da Câmara], inclusive sobre a alegada inobservância do artigo 33, § 1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados", escreveu o ministro no despacho.

O magistrado liberou em maio a ação que pede a abertura do processo de impeachment de Temer para julgamento no plenário do STF, mas até o momento a Corte ainda não analisou o processo. Não há previsão de quando os ministros da Suprema Corte irão apreciar o caso.
Desobediência do Senado
No mesmo dia em que cobrou que a Câmara cumpra sua decisão liminar em relação ao processo de impeachment, Marco Aurélio assistiu ao Senado descumprir outra liminar que ele concedeu, neste caso para afastar o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
A mesa diretora do Senado decidiu nesta terça que aguardará o plenário do Supremo julgar o caso para cumprir a decisão liminar (provisória) de Marco Aurélio de afastar o presidente da Casa.
A decisão foi tomada durante uma reunião entre os integrantes da Mesa Diretora com Renan.
A liminar de Marco Aurélio que afastou o presidente do Senado do cargo será analisada pelo plenário do Supremo na tarde desta quarta, a partir das 14h.
O pedido de impeachment
No pedido de impeachment, o advogado de Minas argumentou que Michel Temer cometeu o mesmo ato de Dilma ao assinar decretos que abriram créditos suplementares sem autorização do Congresso Nacional, que seriam incompatíveis com a meta de resultado primário. A assinatura desse decretos é uma das acusações apresentadas contra a petista no processo de impeachment que a afastou da Presidência da República.
Ao conceder a liminar, Marco Aurélio entendeu que a Câmara não podia arquivar o processo fazendo análise de mérito do pedido. Ou seja, na visão do ministro do STF, não cabia à casa legislativa avaliar se houve ou não crime de responsabilidade. Na decisão, o magistrado destacou que o presidente da Câmara é responsável apenas por analisar se os requisitos para abrir o processo de impeachment foram cumpridos.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já enviou parecer ao Supremo no qual no qual opinou que Eduardo Cunha não cometeu ilegalidade ao rejeitar o pedido de impeachment apresentado contra Temer.
Em razão disso, o procurador opinou pela cassação da liminar do ministro Marco Aurélio que mandou prosseguir com o processo.

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Política : Deixar de cumprir ordem judicial é crime de desobediência ou golpe de Estado, diz ministro do STF

Luís Roberto Barroso criticou o fato de o senador Renan Calheiros não ter cumprido a decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello de afastá-lo da presidência do Senado

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso divulgou nesta quarta-feira, 7, uma nota curta na qual afirma considerar como "crime de desobediência ou "golpe de Estado" o fato de o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não ter cumprido a decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello dada na segunda-feira, 5, de afastá-lo da presidência do Senado.

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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF)

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"Deixar de cumprir uma decisão judicial é crime de desobediência ou golpe de Estado", disse Barroso. O ministro não vai participar do julgamento previsto para a tarde desta quarta no plenário do STF - que discutirá o recurso para afastar o peemedebista - porque a ação é assinada por advogados do seu antigo escritório.
Na terça-feira, 6, Renan, com respaldo interno da maior parte dos integrantes da Mesa Diretora da Casa, desafiou a decisão liminar de Marco Aurélio. O peemdebista se recusou a receber a notificação judicial antes da decisão do plenário da Corte. A resistência do peemedebista potencializou a crise entre o Legislativo e o Judiciário.
Marco Aurélio determinou o afastamento de Renan acatando pedido de Rede Sustentabilidade para que réus não estejam na linha sucessória da Presidência da República.
Renan, por sua vez, fez do Senado uma trincheira e criticou a decisão de Marco Aurélio. “Uma decisão monocrática, a democracia não merece esse fim.” Em entrevista na terça-feira, o peemedebista insinuou que o ministro atua para manter os pagamentos acima do teto para o Judiciário. “Marco Aurélio, quando se fala em encerrar supersalários, treme na alma”, afirmou.

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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

DOWNLOADS : Como usar o Facetune 2, aplicativo grátis para editar fotos no iPhone

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O aplicativo Facetune 2, que está disponível para download para iPhone e iPad (iOS), é um editor de fotos grátis que oferece muitos recursos para os seus usuários. Além de realizar retoques na imagem – o que é ótimo para selfies – o programa também permite aplicar filtros, fazer cortes, alterar brilho, contraste, cor, nitidez e muitas outras funções.
Vale ressaltar que, apesar de o usuário poder baixar e instalar o app de graça na App Store, ele conta com recursos pagos dentro da sua interface. Veja, no passo a passo abaixo, como usar o Facetune 2 no seu celular ou tablet da Apple.

Como usar o app Facetune 2 (Foto: Divulgação/Lightricks Ltd)
Como usar o app Facetune 2 (Foto: Divulgação/Lightricks Ltd)

Tirando uma foto

Passo 1. Abra o aplicativo e toque na câmera, localizada no canto esquerdo superior da tela. Você terá acesso à interface da câmera do app.

Abra a câmera do Facetune 2 (Foto: Reprodução/Lucas Mendes)
Abra a câmera do Facetune 2 (Foto: Reprodução)

Passo 2. Note que há várias opções de edição na hora da captura da imagem. É possível suavizar a foto e brincar com o tamanho das partes do seu rosto, além de aplicar filtros. Depois que você deixar do seu jeito, tire a foto clicando no círculo azul.

Veja as opções da câmera do Facetune 2 (Foto: Reprodução/Lucas Mendes)
Veja as opções da câmera do Facetune 2 (Foto: Reprodução)

Editando a imagem

Passo 3. Há três opções básicas de edição disponíveis no Facetune 2: “Ferramentas”, “Retocar” e “Filtros”.

Três recursos principais do Facetune 2 (Foto: Reprodução/Lucas Mendes)
                                Três recursos principais do Facetune 2 (Foto: Reprodução)

Passo 4. Em “Ferramentas”, é possível modelar o rosto, recortar a imagem, ajustar o brilho, contraste, cor e nitidez e ainda aplicar uma sombra de borda.

Opções de edição do Facetune 2 (Foto: Reprodução/Lucas Mendes)
Opções de edição do Facetune 2 (Foto: Reprodução)

Passo 5. A opção “Retocar” conta com as seguintes alternativas: “mover”, “suavidade”, “brilho”, “cantos” e “desfoque”. Com elas, você pode definir a intensidade de cada um desses quesitos.

Mais opções de edição do Facetune 2 (Foto: Reprodução/Lucas Mendes)
                                 Mais opções de edição do Facetune 2 (Foto: Reprodução)

Passo 6. Já a parte dos “Filtros” conta com uma série de filtro pré-definidos para serem aplicados nas imagens.

Filtros disponíveis do Facetune 2 (Foto: Reprodução/Lucas Mendes)
                                   Filtros disponíveis do Facetune 2 (Foto: Reprodução)

Aproveite todos os recursos do app Facetune 2 para deixar suas imagens do jeito que você quiser.


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Incrível : Magno Malta defende Sergio Moro, e Renan Calheiros fica nervoso

Discurso de Magno Malta em defesa de Moro abala a estrutura de Renan (veja o vídeo)



O senador Magno Malta foi de longe o mais eloquente e firme discurso nesta quinta-feira (1º) no debate do Congresso Nacional sobre a ‘Lei de Abuso de Autoridade’.
Com seu jeito simples, mas com extrema coragem e inteligência, fez Renan irritar-se e retirar-se do plenário.
O alagoano pressentiu que o capixaba iria lhe atacar de forma direta - o que acabou não acontecendo - acovardou-se e saiu, voltando em seguida.
O fato é que Magno Malta, mais uma vez, silenciou o senado, mesmo desafiando os algozes a aparteá-lo.

Abaixo, veja o vídeo.










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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Fórmula 1 : Com Rosberg fora, as chances de Nasr permanecer na Fórmula 1 cresceram

Brasileiro sofre perda de patrocínio, e futuro é incerto. Com um dos melhores carros livre, pilotos torcem por convite em busca de vitórias em 2017 e provavelmente o título

Felipe Nasr em Abu Dhabi - Fórmula 1 2016 (Foto: Getty Images)A inesperada decisão de Nico Rosberg deixar a F1, anunciada nesta sexta-feira, cinco dias apenas depois de conquistar o tão sonhado título mundial, introduziu um elemento novo na definição das vagas de pilotos que ainda restam para a temporada programada para começar dia 26 de março na Austrália.
E que novidade: possivelmente um dos melhores carros da competição, em 2017, senão o mais veloz, equilibrado e confiável, o da Mercedes, desejo de todo piloto, está disponível.
Junto dele vem uma conta não fácil de ser paga por todos esses profissionais, mesmo os mais experientes, a necessidade de confrontar seu trabalho com um dos mais notáveis pilotos da F1, Lewis Hamilton, com números que o colocam dentre os grandes da história, como suas 53 vitórias, 104 pódios, 61 pole positions, além de três títulos mundiais, em apenas 188 GPs disputados.
Mas mesmo com esse imenso desafio pela frente, todos que forem convidados, sem exceção, ou aceitarão de imediato o convite ou, se já tiverem compromisso com alguma equipe, questionarão a possibilidade de deixá-la a fim de competir pela Mercedes. Motivo: quase a garantia de, em 2017, dispor da chance de lutar por vitórias e provavelmente o título.

Nico Rosberg cumprimenta Lewis Hamilton em Abu Dhabi (Foto: Getty Images)
Nico Rosberg cumprimenta Lewis Hamilton em Abu Dhabi (Foto: Getty Images)

É por essa razão que todos os pilotos que disputaram o GP de Abu Dhabi, domingo, último do campeonato, onde Rosberg igualou o feito de seu pai, Keke, em 1982, ao se tornar campeão, andam com o celular do lado o tempo todo. O que mais gostariam, seja quem for, mesmo tendo contrato de ferro com seus times? Receber uma ligação de Toto Wolff, sócio e diretor da escuderia Mercedes.
E para quem, realisticamente, Wolff poderia telefonar, para ao menos conhecer a possibilidade de competir pela Mercedes? E quais seriam os desdobramentos da definição do companheiro de Hamilton na formação de pilotos já existente das equipes e das que estão em curso?


AS OPÇÕES DA MERCEDES

Conforme explicado em detalhes na outra reportagem, Wolff pode seguir dois caminhos. O primeiro é o mais tranquilo e não desencadear nenhum conflito ou desgaste com outros times, por tirar um dos seus profissionais já de contrato na mão. Seria anunciar que o alemão Pascal Wehrlein, 22 anos, já da academia da Mercedes, ficará com a vaga. Ele não tem compromisso com ninguém, depois da boa temporada de estreia, este ano, pela Manor.

Pascal Wehrlein, piloto reserva da Mercedes (Foto: Divulgação)
Pascal Wehrlein foi piloto reserva da Mercedes e teve boa temporada de estreia pela Manor (Foto: Divulgação)

Qualquer outra decisão passa, necessariamente, por negociações que podem gerar importante desgaste para Wolff e, principalmente, a imagem da Mercedes. Exemplos: se ele desejar contar com Esteban Ocon, também da academia da montadora, de grande potencial, mas de contrato recém-assinado com a Force India.
Outro candidato e com boas chances é Valtteri Bottas, da Williams, cuja carreira é administrada pela Ace Management, onde Wolff é sócio. E o diretor da Mercedes gosta muito de Bottas como piloto, além de o finlandês já ter provado ser capaz de lutar por pódios e vitórias, o que ainda não é o caso de Wehrlein e Ocon. Bottas parece ser o candidato mais forte para a Mercedes, se não for Wehrlein.

Valtteri Bottas no GP de Mônaco de 2016 F1 (Foto: Getty Images)E existe ainda a possibilidade de a Mercedes recorrer a um medalhão, alguém como Fernando Alonso, da McLaren-Honda, para a alegria de Bernie Ecclestone e dos novos sócios dos direitos comerciais da F1, o Liberty Media, representado na competição pelo norte-americano Chase Casey. O evento seria notícia todo dia da imprensa.
Uma guerra, muito provavelmente, seria estabelecida entre o espanhol e Hamilton desde os primeiros testes dos novos modelos, em fevereiro. Mas, como explicado na reportagem anterior, é pouco provável que a Mercedes entre em conflito com outra montadora, a Honda, para tirar um piloto da sua organização e, ainda mais difícil, se dispor a administrar a relação entre Alonso e Hamilton, potencial explosiva.

SAUBER, INDEFINIÇÃO AINDA MAIOR

Agora o que pode vir pela frente quanto aos arranjos entre pilotos e equipes, dependendo de quem for o escolhido da Mercedes. Uma coisa já é possível antecipar: a decisão de Rosberg elevou as chances de Felipe Nasr permanecer na F1. Só lembrando, há quatro vagas em aberto, ainda, na F1: a cobiçadíssima na Mercedes, uma na Sauber e duas na Manor. Mais: em 2017 o regulamento será bem distinto do atual. O desafio para os pilotos, bem maior, com carros cerca de quatro segundos mais rápidos que este ano. Também pesa na hora da escolha desses profissionais.
Começando pelo que seria mais lógico, Wolff não desejar desgaste com ninguém, preservar a Mercedes, apostar suas fichas no inexperiente Wehrlein. Ele é o mais cotado, ou era, para ser o companheiro de Marcus Ericsson na Sauber, e ocupar, portanto, a posição de Nasr.

Felipe Nasr no treino classificatório para o GP do Brasil (Foto: Getty Images)
Felipe Nasr no treino classificatório para o GP do Brasil; chances do brasileiro na F1 aumentam (Foto: Getty Images)

Se Wehrlein for para a Mercedes, Monisha Kaltenborn, diretora da Sauber, terá de examinar com maior atenção os outros postulantes à vaga, no caso o próprio Nasr, o mexicano Steban Gutierrez, mesmo tendo saído de lá execrado, no fim de 2014, mas tem bom dinheiro da Telmex, US$ 15 milhões (R$ 55 milhões), e o indonésio Rio Haryanto, que diz dispor, da mesma forma, de verba de patrocínio. Haryanto disputou a temporada até o GP da Alemanha, 12º do calendário, pela Manor, quando foi substituído por Ocon.
A boa notícia para a Sauber é que o nono lugar de Nasr em Interlagos, levando o time suíço da 11ª para a nona colocação entre os construtores, foi confirmada na última corrida do ano, no Circuito Yas Marina, em Abu Dhabi. Assim a Sauber vai mesmo receber os cerca de US$ 40 milhões (R$ 150 milhões) destinados pela Formula One Management (FOM) a quem termina em décimo. “Isso representa algo como 40% do nosso orçamento” disse Monisha.

MAIS JOVENS PROMESSAS

Podem ainda entrar em cena na luta pelas vagas na Sauber e Manor três jovens promissores, egressos das competições que mais fornecem pilotos para a F1, as antessalas do mundial, GP2 e GP3. O francês Pierre Gasly, de 20 anos, que assegurou o título da GP2 no Circuito Yas Marina, domingo, ao vencer a batalha com seu companheiro na equipe Prema, o italiano Antonio Giovinazzi, de 22 anos.
Gasly tem o apoio da RBR, que poderia investir na sua formação também na F1, apesar de não ser na STR, time mantido pela empresa do energético para esse objetivo, cujos pilotos são já conhecidos, o espanhol Carlos Sainz Júnior e o russo Daniil Kvyat. Já Giovinazzi, vice da GP2, conta apenas com seu talento, não dispõe de investidores. O terceiro é o monegasco Charles Leclerc, 19 anos, campeão da GP3, título definido também na prova de encerramento, em Abu Dhabi. Leclerc é da academia da Ferrari.
Tecnicamente, Monisha não teria dúvida dentre os candidatos oficiais e os em potencial, os três jovens: ficaria com Nasr. Mas o brasiliense de 24 anos perdeu o patrocínio do Banco do Brasil e há um desgaste grande entre a liderança da Sauber e o staff de Nasr. Por essa razão, apesar de ser a melhor opção técnica, suas chances são pequenas. Monisha afirmou ao GloboEsporte.com, em entrevista exclusiva no Circuito Yas Marina, que a Sauber precisa de investimento para ascender ao pelotão intermediário da F1, seu plano nos próximos três anos.

Lewis Hamilton e Nico Rosberg na largada do GP de Abu Dhabi (Foto: Getty Images)
Quatro vagas estão em aberto: a cobiçadíssima na Mercedes, uma na Sauber e duas na Manor (Foto: Getty Images)

Mas Wolff pode não escolher Wehrlein e Monisha confirmar o que todos no paddock afirmam: ele é o principal candidato a competir ao lado de Ericsson. Pode ainda acontecer de não haver acordo entre Wolff e Monisha, pois a transferência de Wehrlein também envolve dinheiro e a Mercedes não vai além dos US$ 5 milhões (R$ 18 milhões) autorizados pelo board da empresa. Wolff teria de convencê-los da mudança, como explicou em Interlagos.
Existe ainda a possibilidade de Wehrlein ficar onde está, na Manor, já que Ocon assinou com a Force India. Wolff ofereceu à organização de Vijay Mallya pagar menos pelo uso da unidade motriz Mercedes. Acredita-se que sejam os mesmos US$ 5 milhões permitidos pelo board. Wehrlein e Ocon juntos provavelmente não daria certo, a relação entre ambos foi quase belicosa, este ano, nas nove etapas em que estiveram juntos na Manor. Esse conflito teve seu clímax em Abu Dhabi, quando os dois lutavam por posição e se tocaram. Um acusou o outro.

RON DENNIS E A MANOR

Ron Dennis foi crucial para decisão de Jenson Button (Foto: Divulgação)Esse é o panorama na Sauber. Agora é a vez da Manor. Importante: o inglês Stephen Fitzpatrick, dono da escuderia e da Ovo Energy, fornecedora de gás no sul da Inglaterra, está vendendo o time. Em vez dos US$ 40 milhões do décimo lugar entre os construtores, como mantinha até o GP do México, a Manor vai receber da FOM U$ 13 milhões (R$ 50 milhões), pelo 11º deste ano e o que fez em 2015. A informação foi confirmada ao GloboEsporte.com, domingo, por uma fonte da Manor. Fitzpatrick não deseja investir mais no projeto de F1. Acreditou que poderia destinar menos recursos e obter grande publicidade para sua empresa. Não está funcionando na proporção planejada.
Não é uma boa notícia para o futuro da Manor, a não ser que o grupo que a comprar, se existir um investidor com lastro, decida relançar a organização, com objetivos mais ambiciosos. Em Abu Dhabi falou-se muito que Ron Dennis, literalmente retirado pelos sócios da liderança do Grupo McLaren, teria interesse. Perto de completar 70 anos, pretenderia mostrar aos sócios desafetos o que é ainda capaz de fazer quando assume uma equipe de F1. Não é impossível que o negócio saia. Se Dennis liderar a Manor, a escuderia crescerá.
Mas o veterano inglês vai ter de buscar recursos no mercado. Não é mais como na McLaren. Sem um patrocínio principal, a escuderia de F1 retirava dinheiro, muito dinheiro, das demais empresas do Grupo McLaren, uma das principais fontes de desgaste entre Dennis e seus sócios. O inglês era inflexível das negociações com patrocinadores em potencial. E isso custa caro para o Grupo McLaren. O mundo mudou, Dennis, não.
E não será fácil Dennis encontrar investidores, patrocinadores no mercado, como não foi quando tentou empréstimo bancário milionário para comprar ele próprio a participação de seus sócios no Grupo McLaren, que fatura quase 600 milhões de libras (R$ 3 bilhões) por ano. Simplesmente ouviu um “não” de vários bancos, o que acabou por apressar seu afastamento forçado da direção geral.

Equipe Manor se apresenta como uma opção melhor ao brasileiro Felipe Nasr (Foto: Getty Images)
Equipe Manor se apresenta como uma opção melhor ao brasileiro Felipe Nasr (Foto: Getty Images)

Na Manor, portanto, em termos de piloto, tudo pode acontecer. Se Wehrlein for para a Mercedes ou a Sauber, os nomes com chances de competir pela equipe à venda são os que estão no mercado: Nasr, Gutierrez, Haryanto, Gasly, Leclerc e Giovinazzi, sendo que Nasr e Giovinazzi não têm patrocinadores capazes de atender o mínimo solicitado por Fitzpatrick, US$ 10 milhões (R$ 37 milhões). Ao menos neste momento. As negociações para convencer novos investidores prosseguem de todos os lados.
Existe, como explicado na reportagem sobre quem poderá competir pela Mercedes, a possibilidade de um piloto com contrato assinado para 2017 com outra escuderia poder ser o escolhido por Wolff, como Bottas, da Williams, Hulkenberg, da Renault, Ocon, da Force India, e o caso mais extremo de Alonso, McLaren.

WILLIAMS, RENAULT E FORCE INDIA

Se um deles sair para a Mercedes, a vaga que sobrará será bem mais atraente que as existentes hoje, na Sauber e na Manor, pois Williams, Renault e Force India têm muito mais recursos de engenharia e financeiros para disputar um melhor mundial em 2017. Nesse caso as chances de Nasr ser o escolhido, mesmo sem verba de patrocínio, por enquanto, crescem.
O brasiliense já expôs seu potencial, ainda que um pouco abalado este ano com a derrota na luta interna na Sauber com Ericsson, mas quem entende de F1 no paddock sabe reconhecer um piloto de potencial para evoluir bastante e Nasr faz parte dessa reduzida lista. A temporada deste ano não representa a melhor referência para entender o que Nasr é capaz com um carro pelo menos razoável nas mãos, como demonstrou no GP do Brasil, com brilhantismo.
Williams, Renault ou Force India precisão de um piloto que tenha possibilidade de obter bons resultados de imediato, e Nasr atende essa condição mais que os disponíveis no mercado, apesar da falta de patrocinador.

Felipe Nasr Sauber Fórmula 1 GP do Japão 2016 (Foto: Reprodução)
Williams, Renault e Force India têm bons recursos de engenharia e financeiros para disputar um melhor mundial em 2017. Nesse caso, as chances de Nasr ser o escolhido, mesmo sem verba de patrocínio crescem (Foto: Reprodução)

Gutierrez dispõe de dinheiro, alguma experiência, mas foi dispensado pelos dois times onde passou, Sauber e Haas, por incapacidade de conquistar pontos. Em 59 GPs, conseguiu um sétimo lugar no GP do Japão de 2013, pela Sauber, e foi tudo. Haryanto perdeu a disputa com Werhlein na Manor, este ano, além de ter um histórico fraco, como o do mexicano. E o campeão e vice da GP2, Gasly e Giovinazzi, e o campeão da GP3, Leclerc, são por enquanto somente promessas, nunca competiram na F1.
Os dirigentes de Williams, Renault e Force India, se perderem Bottas, Hulkenberg ou Ocon ficariam com duas opções: contratar um piloto que já demonstrou, em 2015, e em Interlagos este ano, o que é capaz, Nasr, ou apostar nos jovens da GP2 e GP3, onde o risco é bem maior, por conta da mudança radical do regulamento, onde a experiência contará mais e a diferença de performance entre a F1 e a GP2 e a GP3 crescerá significativamente.

Se por um golpe de sorte da F1 houver a possibilidade de Alonso trocar a McLaren pela Mercedes, surpreendente sob todos os pontos de vista, mas maravilhoso para o espetáculo, o mais provável é Jenson Button, que não se despediu das pistas, como disse, apenas mudará de categoria, regressar como titular ao time inglês associado a Honda, para ser o parceiro de outro jovem promissor, o belga Stoffel Vandoorne. Button provavelmente aceitaria. Deve ser um dos que anda trocando telefonemas com amigos à espera do desfecho da história. 

Nico Rosberg Fórmula 1 GP Abu Dhabi campeão (Foto: AP Photo/Luca Bruno)E, diante de como as coisas funcionam na F1, não é permitido descartar a hipótese de ele mesmo receber a ligação de Wolff. Button, aos 36 anos, ainda é muito eficiente e já compartilhou a McLaren com Hamilton. Manteve um nivel elevado de disputa e o relacionamento entre ambos não deveria ser, na Mercedes, um enorme problema.
As próximas semanas serão reveladoras para o futuro da F1. Com certeza Ecclestone e Casey estão torcendo para que a vaga de Rosberg seja ocupada por alguém de peso, para que no caso de nova dominação da Mercedes, em 2017, pelo menos entre os seus pilotos haja disputa, como foi o caso de Rosberg e Hamilton em 2014, 2015 e 2016, anos do uso da tecnologia das unidades motrizes híbridas.
Os carros voltam à pista, agora, já os modelos de 2017, dia 27 de fevereiro, no primeiro dia de treinos da pré-temporada, no Circuito da Catalunha, em Barcelona. Mas até lá a F1 vai estar recheada de notícias, principalmente se o companheiro de Hamilton for um dos grandes pilotos em atividade. 

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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Copiloto da Avianca revela diálogo dramático de voo da Chape com torre

Comandante de outro avião narra conversa da tripulação da Lamia com controladora sobre pane elétrica e falta de combustível. Aeronave pediu ajuda para achar a pista

Juan Upegui, copiloto de um avião que viajava próximo ao voo da Chapecoense, relatou ter ouvido a conversa entre a tripulação da aeronave acidentada e a torre de controle do aeroporto de Medellín. O funcionário da Avianca narrou o diálogo , e a empresa confirmou a veracidade.
Inicialmente, segundo o copiloto, a tripulação do voo da Lamia pediu prioridade de pouso do Aeroporto Rio Negro por conta de problemas de combustível. 

- Solicitamos prioridade para proceder, solicitamos prioridade para proceder ao localizador, temos problemas de combustível – teria dito o copiloto da Lamia.



A controladora do aeroporto teria negado a permissão por conta de outro voo da VivaColômbia. Foi então que o comandante do voo da Chapecoense decretou emergência. Nas redes sociais, Maysa Brito, de férias na Colômbia, relatou que seu avião também teve problemas na Colômbia. 
A controladora do aeroporto teria negado a permissão por conta de outro voo da VivaColômbia. Foi então que o comandante do voo da Chapecoense decretou emergência. Nas redes sociais, Maysa Brito, de férias na Colômbia, relatou que seu avião também teve problemas na Colômbia. 

- Temos um problema. Temos um avião aterrissando de emergência. Não pode proceder - respondeu a controladora.  

Enquanto a controladora, segundo o copiloto da Avinca, indicou que seu voo pousasse na pista 1, a tripulação do voo da Chapecoense confirmou a pane elétrica e decretou situação de emergência

- Agora temos uma falha elétrica, temos uma total falha elétrica. Nos ajude a achar a pista, nos ajude a achar a pista.


Posteriormente a torre de controle perdeu o contato com o avião. A controladora ainda tentou por mais um tempo com o avião da Lamia, mas sem sucesso. 71 pessoas morreram no voo que levava a Chapecoense para o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira, contra o Atlético Nacional, em Medellín. 6 sobreviveram.

Acidente avião chapecoense  (Foto: Agência Reuters)


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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Política : 'Acordamos todos'

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'Acordamos todos'

Ou melhor: foram despertados a chacoalhões de um sono profundo que os impedia de ver que o Brasil não comporta mais certas práticas políticas

“Acordamos todos que não há a menor condição de, pelo menos patrocinado pelo presidente da Câmara e do Senado, levar adiante essa proposta”, disse Michel Temer ontem sobre a proposta de anistia ao caixa 2, no momento mais revelador da entrevista concedida ao lado dos presidentes do Legislativo.
De fato, parecem ter acordado. Ou melhor: foram despertados a chacoalhões de um sono profundo que os impedia de ver que o Brasil não comporta mais certas práticas políticas.
Temer teve de praticamente enquadrar os presidentes do Senado e da Câmara e dizer que, caso não concordassem, prometeria vetar a anistia que ajudavam a patrocinar.
Diante da decisão de Temer – a partir de pesquisas que mostravam a rápida corrosão de sua já parca popularidade diante dos casos Geddel e caixa 2 – só restou a Rodrigo Maia e Renan Calheiros mostrarem suas piores caras na TV e admitir que abortariam o que até sexta-feira negavam estar em curso.

E haja mesóclise. “Poder-se-á dizer: só agora vocês pensaram nisso?”, perguntou Temer. Responder-se-á: sim, só quando a corda apertou.

Política
Dança das cadeiras. Rogério Rosso é cogitado para o cargo

GRAVAÇÕES

Governo estuda processo contra Marcelo Calero

O governo aguarda a perícia da Polícia Federal nas gravações feitas por Marcelo Calero para decidir se processa o ex-ministro da Cultura com base na Lei de Segurança Nacional e no código de conduta do funcionalismo. A qualidade ruim dos áudios não permite atestar como foram gravadas as conversas.

O QUE PEGA?

EUA querem que Odebrecht prove capacidade de pagar

Superado o impasse pelo valor da leniência da Odebrecht que irá para os EUA, as autoridades americanas agora querem que a empreiteira comprove que tem condições de médio e longo prazo de pagar a multa. Advogados da empresa estão nos EUA para tentar um acordo. Enquanto isso, nada de assinatura dos acordos de delação.

O SUBSTITUTO

Rogério Rosso é mais cotado para o lugar de Geddel

O fato de “não ter passado” (leia-se ficha corrida) fez com que Rogério Rosso (PSD-DF) andasse várias casas no tabuleiro para suceder Geddel na articulação política. Sua escolha ainda abriria caminho para a reeleição de Rodrigo Maia. Por fim: sua mulher é a melhor amiga de Marcela Temer.

TERTIUS

Tasso Jereissati costura para ser nome de consenso no PSDB

O senador Tasso Jereissati esteve nos últimos dias com os principais caciques do PSDB. Trabalha para ser aceito tanto pelo grupo de Aécio Neves quanto pelo de Geraldo Alckmin para presidir o partido no ano que vem.

SOPÃO

Em campanha, Alckmin institui a ‘canja política’ das sextas-feiras

Fiel ao estilo caipira, o governador Geraldo Alckmin vem firmando uma tradição peculiar para angariar apoios ao seu voo presidencial: recebe aliados e candidatos a aliados para uma canja às sextas-feiras no Palácio dos Bandeirantes. O hábito tem atraído tucanos e filiados a outros partidos e geralmente termina com a contação dos famosos “causos” do tucano.

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Tragédia no Futebol : Avião com equipe da Chapecoense cai na Colômbia e deixa mortos

Segundo autoridades colombianas, há 75 mortos e 6 sobreviventes.

Avião decolou de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) com 81 pessoas a bordo.



O avião que transportava a delegação da Chapecoense para 
Medellín, na Colômbia, sofreu um acidente na madrugada desta terça-feira (29). Segundo autoridades colombianas, há 75 mortos e seis sobreviventes. O avião da LaMia, matrícula CP2933, decolou de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com 81 pessoas a bordo: 72 passageiros e 9 tripulantes.
Os seis sobreviventes são os jogadores Alan Ruschel, Neto e Follmann, o jornalista Rafael Henzel e os comissários de bordo Erwin Tumiri e Ximena Suarez.
O goleiro Danilo também tinha sido resgatado com vida, mas morreu no hospital.
O ex-jogador Mario Sergio, comentarista do canal FoxSports, está entre as vítimas, segundo o Bom Dia Brasil.
Os jogadores da equipe de Santa Catarina são os goleiros Danilo e Follmann; os laterais Gimenez, Dener, Alan Ruschel e Caramelo; os zagueiros: Marcelo, Filipe Machado, Thiego e Neto; os volantes: Josimar, Gil, Sérgio Manoel e Matheus Biteco; os meias Cleber Santana e Arthur Maia; e os atacantes: Kempes, Ananias, Lucas Gomes, Tiaguinho, Bruno Rangel e Canela.
Ferido em queda de avião da Chapecoense, jogador Alan Luciano Ruschel é atendido em hospital na Colômbia (Foto: Guillermo Ossa/Reuters)
Ferido em queda de avião da Chapecoense, jogador Alan Luciano Ruschel é atendido em hospital na Colômbia (Foto: Guillermo Ossa/Reuters)
O acidente
O voo que tranportava a equipe da Chapecoense partiu na noite de segunda-feira de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, em direção a Medellín. Segundo a imprensa local, a aeronave  perdeu contato com a torre de controle às 22h15 (local, 1h15 de Brasília), entre as cidades de La Ceja e Abejorral, e caiu ao se aproximar do Aeroporto José Maria Córdova, em Rionegro, perto de Medellín.
O Comitê de Operação de Emergência (COE) e a gerência do aeroporto informaram que a aeronave se declarou em emergência por falha técnica às 22h (local) entre as cidades de Ceja e La Unión.
Os motivos do acidente ainda são desconhecidos. A imprensa colombiana chegou a cogitar possível falta de combustível 

Comentarista da Fox, o ex-jogador Mário Sérgio, está entre as vítimas do acidente  (Foto: Reprodução/Fox)
Comentarista da Fox, o ex-jogador Mário Sérgio, está entre as vítimas do acidente (Foto: Reprodução/Fox)

Ferido em queda de avião da Chapecoense, jogador Alan Luciano Ruschel é atendido em hospital na Colômbia (Foto: Guillermo Ossa/Reuters)
Ferido em queda de avião da Chapecoense, jogador Alan Luciano Ruschel é atendido em hospital na Colômbia (Foto: Guillermo Ossa/Reuters)

como causa do acidente, mas também informou que o piloto despejou combustível após perceber que o avião iria cair.

Local do acidente com a eronave da Chapecoense (Foto: Editoria de Arte/G1)

Uma operação de emergência foi ativada para atender ao acidente. A Força Aérea Colombiana dispôs helicópteros para ajudar em trabalhos de resgate, mas missões de voos foram abortadas nesta madrugada por causa das condições climáticas. Choveu muito na região na noite de segunda, o que reduziu muito a visibilidade.
Equipes chegaram ao local do acidente por terra, mas o acesso à região montanhosa é difícil e a remoção é lenta.

Narrador Rafael Henzel foi resgatado com vida do acidente (Foto: Reprodução/Twitter/Rafael Henzel )
Narrador Rafael Henzel foi resgatado com vida  (Foto: Reprodução/Twitter/Rafael Henzel )

Final de campeonato
O time da Chapecoense embarcou para a Colômbia na noite de segunda (28), para disputar a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, na quarta (30). Inicialmente, o voo iria diretamente de Guarulhos (SP) para Medellín, mas o voo foi vetado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Em razão do veto, a equipe tomou um voo comercial até a Bolívia e, de lá, o grupo pegou o voo da LaMia (veja imagens do embarque da Chapecoense em Guarulhos).
O avião da LaMia prefixo CP-2933 que caiu com a delegação da Chapecoense, modelo Avro RJ85, é visto em foto de arquivo de setembro de 2015 em Norwich, na Inglaterra (Foto: Matt Varley/Reuters)
O avião da LaMia prefixo CP-2933 que caiu com a delegação da Chapecoense, modelo Avro RJ85, é visto em foto de arquivo de setembro de 2015 em Norwich, na Inglaterra (Foto: Matt Varley/Reuters)

Em comunicado, o clube de Santa Catarina informou que espera pronunciamento oficial da autoridade aérea colombiana sobre o acidente.
Em seu perfil no Twitter, o Atlético Nacional lamentou o acidente e prestou solidariedade à Chapecoense: "Nacional lamenta profundamente e se solidariza com @chapecoensereal pelo acidente ocorrido e espera informação das autoridades".
O primeiro jogo da decisão, marcado para esta quarta-feira (30), foi cancelado, segundo a  Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). A CBF adiou a final da Copa do Brasil, entre Grêmio e Atlético Mineiro, que também estava prevista para quarta-feira.
O Itamaraty, pelo telefone, informou que a embaixada do Brasil em Bogotá está em contato com as autoridades colombianas para obter informações sobre o acidente. A assessoria informou que as notícias ainda chegam desencontradas.
O Ministério das Relações Exteriores vai esperar um posicionamento oficial sobre vítimas e circunstâncias do acidente para se pronunciar. Está previsto que divulguem uma nota oficial ainda agora de manhã. O embaixador em Bogotá se chama Julio Bitelli.
A companhia
A LaMia (Línea Aérea Mérida Internacional de Aviación) é uma companhia de aviação que foi inicialmente constituída na Venezuela no ano de 2009 e depois mudou sua sede para a Bolívia (Santa Cruz de la Sierra). A empresa vem sendo desenvolvida para voos não regulares (charter), com o objetivo de permitir o desenvolvimento de atividades no país e no exterior, com aeronaves de grande porte - de passageiros e de carga.


O Atlético decreta luto oficial de três dias devido ao trágico acidente envolvendo a delegação da Chapecoense
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